Na
bíblia há vários textos que nos levam a uma reflexão sobre como está o nosso coração
e a nossa fé. Por exemplo: em Jeremias 17.9 está escrito: Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente
corrupto; quem o conhecerá? Em Provérbios 4.23 lemos: Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele
procedem as fontes da vida.
Estes
dois textos falam sobre o cuidado que devemos ter quanto ao que guardamos
em nosso coração. Ou seja: quando guardamos um mal este mal aos poucos vai nos impedindo de
perseverarmos na fé e e de recebermos as bênçãos de Deus que estão sobre as
nossas vidas; criamos um bloqueio. Por isso o cristão deve em sintonia com o Espírito Santo, fazer a
mesma oração que o salmista fez no Salmo 139.23,24 ao pedir: Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração,
prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e
guia-me pelo caminho eterno.
A
preocupação do salmista em fazer este pedido a Deus era o de continuar tendo um coração e uma fé perseverante na presença do Senhor, pois a verdade é que quando
ficamos preocupados com o que está acontecendo ao nosso redor, perdemos o foco que é Cristo e assim permitimos que o
que vem de fora atinja o nosso coração enfraquecendo a nossa fé e a
bíblia é clara ao dizer que: sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6).
Na Sua Onisciência, Deus sabe
antecipadamente tudo o que temos guardado no coração, e dependendo do que
guardamos, podemos impedir o Seu agir na nossa vida ao ponto de não recebermos respostas
das nossas orações. Sendo
assim, a nossa libertação deve começar no nosso interior, no coração, de dentro pra fora, para
demonstrarmos fé perseverante para que possamos produzir muitos frutos para Deus.
Isto está claro na parábola do semeador em Mateus
13.3-9, 18-23. Leia esse texto bíblico com muita atenção e em seguida leia o comentário abaixo que Jonathan Edwards escreveu sobre este assunto dizendo:
O verdadeiro cristão persevera em sua
obediência a Deus através de todas as dificuldades enfrentadas, até ao fim de
sua vida. As Escrituras ensinam de modo completo que a verdadeira fé persevera.
O ponto central enfatizado pelas Escrituras na doutrina da perseverança é que o
verdadeiro cristão mantém-se acreditando e obedecendo, a despeito dos vários
problemas que encontra. Deus permite que esses problemas surjam nas vidas das
pessoas que se proclamam cristãs a fim de testar a verdade de sua fé. Então
torna--se claro para eles e muitas vezes para os outros, se realmente estão
levando a sério seu relacionamento com Cristo. Esses problemas são às vezes de
ordem espiritual, como uma tentação particularmente sedutora. Às vezes as
dificuldades são de ordem externa, como os insultos, zombaria e perda de posses
a que nosso cristianismo possa nos expor. O sinal do verdadeiro cristão é que
ele persevera através desses problemas e dificuldades, mantendo-se leal a
Cristo.
Eis alguns textos que relatam o exposto. "Pois tu, ó Deus, nos
provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata. Tu nos deixaste cair na
armadilha; oprimiste as nossas costas; fizeste que os homens cavalgassem sobre
as nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, porém, afinal, nos trouxeste
para um lugar espaçoso" (Sal. 66:10-12).
"Bem-aventurado
o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de ter sido
aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que os
amam" (Tg. 1:12).
"Não
temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão
alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias.
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Apoc. 2:10).
Admito que os verdadeiros cristãos podem
se tornar espiritualmente frios, cair em tentação e cometer grandes pecados.
Entretanto, nunca podem cair tão totalmente que se cansem de Deus e da
obediência, e assentar-se num desagrado deliberado pelo cristianismo. Nunca
podem adotar um modo de vida no qual outra coisa seja mais importante que Deus.
Nunca podem perder inteiramente sua distinção do mundo incrédulo, ou reverter
exatamente ao que eram antes de sua conversão. Se esse é o resultado dos
problemas num cristão professo, fica demonstrado que nunca foi um verdadeiro
convertido! "Eles saíram de nosso meio, entretanto não eram dos nossos;
porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles
se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos" (I Jo. 2:19).
DEle,
por Ele e para Ele,
Edécio
Augusto - Congregação Presbiteriana do Morumbi (Uberaba - MG).