domingo, 15 de fevereiro de 2009

CUIDE DO ESPÍRITO PARA VENCER A CARNE.

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;
o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
(Mt 26. 41).

É MAIS FÁCIL AS PESSOAS NOS CONHECER PELO QUE FAZEMOS E NÃO PELO QUE SOMOS.

Desde a minha adolescencia eu nunca gostei de chamar as pessoas pelo apelido só pelo nome. A razão era porque uns apelidos eram engraçados, outros tinham a ver com a fisionomia da pessoa, mas outros pareciam mais uma ofensa. Por outro lado eu aprendi que muitas pessoas que são chamadas pelo apelido aceitam porém não gostam.
Eu já tive alguns apelidos mas não pegaram, talvez porque eu não gostasse de nenhum deles: china, macaco, déco.

Mas existe uma questão delicada que é quando pessoas passam a identificar a outra por aquilo que ela fez ou faz:

• Aquele (a) alí é um (a) sem vergonha, safado (a).

• Aquele (a) já saiu com todos (as) da rua.

• Aquele (a) é um (a) pinguço (a), cachaceiro (a).

• Aquele (a) é santo (a) só aos domingos quando vai prá igreja.

• Aquele (a) é metido (a), ...

• E a lista é grande, não para.

É possível que eu e você façamos parte desta lista em relação ao que os outros pensam de nós. Mas pior é saber que isto parte até de pessoas que se dizem cristãs, mas não conseguem ver o seu próprio pecado por serem especialistas em escondê-los preferindo cuidar da vida dos outros. Há também o grupo das que não criticam e não falam mal de ninguém, mas o seu coração está cheio de desprezo, sendo que o seu comportamento em relação ao erro das outras pessoas é de rejeição.
Quando se convive ao lado de uma pessoa assim, é certo que estamos ao lado de um (a) pecador (a) sujeito as mesmas falhas como qualquer um de nós; mas ele (a) mesmo (a) não assume o seu pecado e quando você tenta exortar, tenta se aproximar com um gesto cristão, amigo, chamando de lado para ajudar na sua fraqueza, esta pessoa se sente ofendida e não aceita a sua ajuda.

Eu convivo no meio evangélico e conheço várias denominações, pastores, lideres, há quase cinquenta anos e confesso que este é um mal que atinge a igreja de cheio; a começar do púlpito. Pessoas que acham que estão com tudo e conseguem ver o mal em outros: no cônjuge, nos filhos, nos pais, nos pastores, nos irmãos, ... mas nelas mesmas não, e chegam até ao ponto de desqualificá-las totalmente. Pessoas que agem desta forma, ou nunca experimentaram a graça de Deus e não conhecem o amor e o perdão de Deus em suas próprias vidas e não tiveram uma experiência real com Jesus Cristo, ou então, depois de muitos anos de convertidas, ainda não se converteram e nunca tiveram um conhecimento real de Deus e do Seu propósito soberano para a sua vida.

Acredito que uma das coisas que incomodou o apóstolo Paulo no seu ministério foi o fato dele mesmo se considerar o pior dos pecadores. Isto aconteceu por causa da sua reverência diante Deus que o levava cada vez mais a se convencer de quem ele era diante de toda a glória e majestade do Senhor. A partir daí ele chega a conclusão de que não era absolutamente nada, mas Cristo era tudo nele.

Tem muitos crentes que ficam esperando um dia, por viverem “tanto na presença de Deus” sentirem-se fortes, bonitos, prósperos, realizados. Mas a experiência cristã revela uma outra verdade, ou seja:

Quanto mais eu busco a Deus em oração; quanto mais eu estudo a Sua Palavra; quanto mais eu procuro fazer a Sua vontade, obdecer, pregar o evangelho, parece que eu me sinto cada vez mais incapacitado e necessitando viver mais e mais na Sua dependência, pois eu sei que em mim não há bem algum.

É assim que eu quero viver: Sempre dependendo da graça do Senhor em minha vida, lembrando que a minha estrutura humana está mais pronta para o pecado do que para agradar a Deus.

Sendo assim, medite mais uma vez no texto bíblico que diz:

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;
o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
(Mt 26. 41).

Edécio Augusto.

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